PANTANAL

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

HIDROGRAFIA DO PANTANAL

Foto: SEDTUR-MT

 

Hidrografia é uma ciência que pesquisa e mapeia toda a água da superfície da Terra, mostrando a profundidade das águas, a velocidade e a direção das correntes.

Em decorrência de sua vastidão territorial e da condição de pluviosidade favorável nosso país tem a mais rica e extensa rede hidrográfica do planeta.
Hidrograficamente, todo o Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai. Com 1.400 Km de extensão em território brasileiro, esse rio e seus afluentes: São Lourenço (670 Km), Cuiabá (650 Km), ao norte; Miranda (490 Km), Taquari (480 Km), Coxim (280 Km), Aquidauana (565 Km), ao sul, assim como rios de menores extensões - Nabileque, Apa e Negro, formam a trama hidrográfica de todo complexo pantaneiro (são cerca de 175 rios que formam a bacia do rio Paraguai).  Nos 600 km do Rio Paraguai no seu curso no Pantanal, que vai de Cáceres ao norte até Porto Murtinho no sul, ele desce apenas 28 metros, ou seja, menos de 5 cm por quilômetro.
Mas esse sistema não é constituído apenas de rios. O Pantanal é uma imensa planície de áreas alagáveis. Ao contrário dos brejos, as águas do Pantanal estão em constante movimento, variando com as épocas (cheia e de seca). Quatro fatores influenciam na formação dos pântanos de água corrente: a geografia, o solo, o elevado número de rios (175) e as formações que o circundam. O Pantanal é uma região plana, com altitudes que não vão além dos 200 m acima do nível do mar. A declividade, quase nula, de 6 a 12 cm/km no sentido leste-oeste e de 1 a 2 cm/km no sentido norte-sul, favorece as inundações que propagam-se de norte para o sul e de leste para o oeste, ao longo do Rio Paraguai, único escoadouro do Pantanal. Circundado pelo Planalto Brasileiro (a leste) e, mais ao longe, pela Cordilheira dos Andes (a oeste), estas regiões acabam vertendo suas águas para o Pantanal nas épocas de cheia ou degelo.
 Este fenômeno geográfico acaba sendo responsável pela formação de um solo rico em argila, que impede a absorção da água. Esse complexo hidrográfico compreende ainda incontáveis "baías" - lagos - das mais variadas superfícies, interligadas ou não pelos corixos (perenes) e vazantes (periódicos) – que são na verdade pequenos rios.  Nas enchentes de rio ou de chuva ocorre uma extraordinária interligação entre rios, braços, baías. As águas, enfim, tornam-se uma só: o Mar de Xaraés, nome dado por uma expedição espanhola em homenagem à primeira tribo indígena ali referida.
Na vazante, enriquecida pelo húmus, a região transforma-se na maior e mais rica concentração de alimentos naturais que irá sustentar toda sua flora e fauna. É o período que verdejam as mais extensas e vigorosas pastagens do mundo.
Para decidir qual é a melhor época para conhecer o Pantanal, deve-se atentar para três fatores: estação do ano, ciclo das águas e temperatura.
O ciclo das águas do Pantanal é dividido em enchente, cheia, vazante e seca. Estas fases variam no Norte e no Sul da região pantaneira. Durante a enchente, os rios transbordam e inundam planícies e baías; os peixes acompanham o movimento das águas e, durante a cheia, penetram nos pântanos ricos em matéria vegetal e lodo nutritivo; é o período mais fácil de se observar mamíferos que se refugiam e se concentram nos elevados.
Na vazante os peixes retornam para os rios onde irão desovar; muitos não conseguem voltar, pois ficam presos nas baixadas e lagoas. Na estação seca os peixes presos constituem numa oferta abundante de alimentos para as aves, no seu ciclo de reprodução. Nesta época avistam-se milhares de aves e os ninhais.
De outubro a abril ocorre a estação chuvosa e de maio a setembro, a seca. Porém os meses de chuvas não são concomitantes no Norte e no Sul. Na parte Sul o período chuvoso se inicia em outubro, enquanto na parte Norte se inicia dois meses mais tarde.
Apesar de chover primeiro na parte Sul, esta é a última que se inunda. A região se alaga de forma irregular porque, como já foi dito, o terreno da bacia é mais inclinado no sentido Leste-Oeste que no sentido Norte-Sul. As águas chegam "rapidamente" a Oeste, ficando barradas pela Serra do Amolar, provocando inundações e demoram a escoar rumo ao Sul. Por este motivo, as águas que provocam enchentes no rio Cuiabá (Norte) demoram a chegar em Porto Murtinho (Sul).
No período de chuvas, o clima é mais quente e as precipitações ocorrem somente numa parte do dia. Nas secas, o dia também é quente e as noites mais agradáveis, com temperaturas mais baixas.
Fonte: Apostila “Guia de Bordo – Pantanal” IFMT-Cuiabá –  Curso Técnico de Guia de Turismo - 2011

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