PANTANAL

sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Semana de Turismo e Hotelaria do Unirondon em Cuiabá - Mato grosso, será de 1 a 5 de outubro



Com foco na temática “Planejamento e Gestão de Destinos Turísticos”, o curso de Turismo do Centro Universitário Cândido Rondon (Unirondon) promoverá, entre os dias 1 a 5 de outubro, no auditório da instituição, a Semana de Turismo e Hotelaria, ao mesmo tempo haverá o 10º Empeth (Encontro Mato-grossense de Pesquisadores em Turismo e Hotelaria).

Para participar da Semana de Turismo e Hotelaria do Unirondon entre em contato pelo e-mail empeth@unirondon.br ou pelo 4009-4105/ 8119-5622. O valor da inscrição é de R$ 30,00, para todos os dias, e podem ser feitas na coordenação do curso. 

Em sua 10ª edição, o evento tradicional no Estado, trará à comunidade acadêmica e profissionais da área técnicas de planejamento e formatação para o Turismo local, que vive um momento pré-Copa. “Este ano teremos uma ampla programação, com palestras, minicursos, painéis e apresentação de trabalhos científicos elaborados por acadêmicos”, destacou a coordenadora do curso de Turismo, professora MSc. Rejane Pasquali.

Um dos grandes destaques será a palestra de abertura “Destinos Turísticos: Tendências de Consumo”, ministrada por Luiz Trigo, autor de diversas obras, e professor titular da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP-SP). 

Programação:

Dia 1/10/2012 – Segunda-feira 
18h – Credenciamento 
19h30 – Abertura 
20h Palestra de abertura – Destinos turísticos e tendências de consumo - Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo - EACH USP 

Dia 2/10/2012 – Terça-feira 
14h Minicurso I – Turismo: Economia da Experiência - Ana Cristina Trevelin - Bionúcleo 
19h Painel: Casos práticos de planejamento, criatividade e inovação de destinos turísticos: 
Painel 1: Serra Gaúcha - Maude Ráquel Celuppi Piva - Estação de Trabalho Consultoria 
Painel 2: Bonito/Mato Grosso do Sul - Ana Cristina Trevelin - Bionúcleo 

Dia 3/10/2012 – Quarta-feira 
14h Minicurso II – Planejamento de destinos turísticos - Maude Ráquel Celuppi Piva - Estação de Trabalho Consultoria 
18h – Exposição de pôsteres e apresentações de trabalhos científicos 
19h30 Painel: Marketing de destinos turísticos 
Painel 1: Marketing turístico como diferencial competitivo - Ana Claudia Bastos - Interativa Pantanal 
Painel 2: Marketing turístico do Estado de Mato Grosso - Teté Bezerra - Secretária de Turismo do Estado de Mato Grosso (Sedtur-MT) 

Dia 4/10/2012 – Quinta-feira 
14h00 Minicurso III – Tecnologia da informação no turismo - Prof. Daniel Fernando Queiroz Martins 
19h30 Painel: A cultura como produto turístico 
Painel 1: O potencial do patrimônio histórico e cultural de Mato Grosso para o turismo - Secretaria de Estado de Cultura Mato Grosso (SEC-MT) 
Painel 2: A Cultura como produto em destinos turístico - Francis Miszputen - Instituto Cidade Viva (ICCV)

Dia 5/10/2012 – Sexta-feira 
19h – Encerramento 
Virada Cultural – Dança, Música, Gastronomia, Artesanato, Performances artísticas, Exposições. 


Assessoria Unirondon 3316-4075

PARTICIPE DO DOMINGO DA FAMÍLIA NO PARQUE ENCANTADO



Dia Mundial do Turismo e comemorado com painel ‘Cuiabá e a Copa 201





A secretária de Desenvolvimento do Turismo, Teté Bezerra, participou nesta quinta-feira como palestrante do painel ‘Cuiabá e a Copa 2014’, em comemoração ao Dia Mundial do Turismo, promovido pelo Comitê Empresarial do Turismo Pró-Copa, no auditório da TV Gazeta.

Durante sua explanação a secretária abordou os investimentos do governo do Estado e do Bando Nacional do Desenvolvimento - BNDES que irá beneficiar várias obras em 20 municípios de Mato Grosso.

“Estamos há um ano e meio buscando recursos para viabilizar obras importantes para o Estado. Destaco a Salgadeira, em Chapada dos Guimarães, Nobres, municípios do Pantanal, além de Cuiabá e Várzea Grande. O governador assinou o contrato no inicio do mês, agora é encaminhar os projetos com os devidos critérios e aguardar os recursos”, comenta.

Quem também fez parte da mesa foi o secretário da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo, Secopa, Mauricio Guimarães que abordou o andamento das obras que estão sendo executadas. “Dividimos nosso trabalho em três eixos: a travessia urbana, obras de desbloqueio e modal de transporte, além do estádio. Sabemos das nossas responsabilidades e que estamos correndo contra o tempo. A missão é dar possibilidade que o evento Copa ocorra. Não há duvida que tudo estará pronto para o grande evento”, frisou Mauricio.

A professora e turismóloga, Rejane Pasquali abordou o tema ‘Recursos Humanos e a Capacitação – Copa 2014. Ela ressaltou a preocupação com a capacitação da mão de obra do segmento. Ela destaca que são cinco cursos de turismo na Grande Cuiabá e que mesmo assim ainda faltam profissionais capacitados para o mercado. “As parcerias entre iniciativa privada e as entidades públicas são fundamentais. As pessoas precisam estar capacitadas o que irá refletir no público final, os turistas satisfeitos com o que temos de melhor: nossas belezas naturais e novo povo caloroso”, completa ela.

Durante o evento foi entregue aos dois secretários de Estado, o projeto ‘500 Dias para a Copa’ – um resumo das principais obras que o trade turístico acredita serem necessárias para o sucesso da Copa e seu legado.

VEJAM MAIS FOTOS
























Fonte> Maricel - SEDTUR

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FLORA DO PANTANAL











A grande extensão territorial e diversidade climática do Brasil explicam a riqueza vegetal que o país possui. As espécies vegetais nativas e exóticas conhecidas representam apenas uma amostra das que provavelmente existem (acredita-se que conhecemos apenas 60 a 80%). Grande parte da cobertura vegetal primitiva já foi e continua sendo devastada, criando riscos de acidentes e desequilíbrios ecológicos.
A flora brasileira está espalhada por diversos habitats, desde florestas de terra firme até os campos com sua vegetação de pequenas plantas e musgos. A maior parte da flora brasileira se encontra na Mata Atlântica e na floresta amazônica, embora o Pantanal mato-grossense também apresente grande variedade vegetal.
Além das plantas nativas, a flora brasileira recebeu exemplares de outras regiões tropicais trazidas pelos portugueses durante o período colonial. Várias dessas espécies restringiram-se as áreas agrícolas como o arroz, a cana-de-açúcar, a banana e as frutas cítricas. Outras se adaptaram bem e se espalharam pelas florestas a tal ponto que são confundidas com espécies nativas. As plantas medicinais são amplamente usadas pela população, embora pouco se conheça cientificamente sobre seu uso. A população indígena também utilizou e ainda utiliza a flora brasileira, porém tal conhecimento tem se perdido com sua aculturação. É possível que muitas espécies de plantas brasileiras tenham uso terapêutico ainda desconhecido. Esse conhecimento, entretanto está ameaçado pelo desmatamento e pela expansão das terras agropecuárias.
O Pantanal tem uma flora muito rica que é formada por plantas vindas do Cerrado, da Amazônia (camalote e Vitória régia), do Chaco, dos campos sul americanos e da Caatinga, raras são as exclusivas da região. A esse conjunto de composições florísticas diversas, damos o nome de "Complexo do Pantanal". Assim, o Pantanal não é um grande pântano, mas uma mistura heterogênea de diversas composições vegetais que, em função de parâmetros, tais como: condições de solo, inundações e topografia, ali aparecem em equilíbrio dinâmico.
Segundo Aziz Ab'Saber, entre 23000 e 13000 A.P. (antes do presente) ocorreu uma crise de secura e a Caatinga pode chegar até a região onde hoje se encontra o Pantanal. Demorou de 12 a 13 mil anos para a região recompor a vegetação, com o avanço da Pré-Amazônia, do Chaco oriental e do Cerrado. Estes avanços vegetais isolaram a Caatinga em refúgios semi-áridos.
A invasão do Cerrado se deu pela bacia do rio Taquari e pelas colinas do Leste, Sudeste e Sul da depressão pantaneira; pelo extremo Sudoeste e Sul houve a penetração de componentes florísticos do Chaco Oriental; pelo Norte, veio a massa de vegetação periférica da Amazônia.
Mesmo estando na maior região alagavél e inundável do Brasil, a vegetação do semi-árido pode sobreviver, podendo ser encontrada nas colinas que circundam os morros ou em suas encostas, onde não sofrem alagamento, em áreas de baixa precipitação e de baixa umidade relativa do ar. Nestes lugares, pode-se observar mandacarus (cactus), bromeliáceas e barrigudas.
 A vegetação é variada principalmente por causa da inundação e do solo. Durante a seca que coincide com o inverno, os campos se tornam amarelados. A vegetação do Pantanal não é homogênea e a flora pode se diferenciar de acordo com a altitude. Nas baías, que são lagoas temporária ou permanentes, encontramos plantas aquáticas submersas ou flutuantes. Nas águas permanentes são comuns os camalotes e o baceiro ou batume, que é uma vegetação flutuante formada pôr ciperáceas e outras plantas aquáticas. Essas plantas são importantes para a sobrevivência da fauna aquática. Também é comum, nos terrenos permanentemente alagados, nos lagos, nas "baías" e nos "corixos" encontramos espécies flutuantes como os aguapés Eichornia spp com os diversos matizes de branco, azul e roxo de suas flores e a erva-de-santa-luzia Pistia stratiotes, e espécies de águas rasas, que se enraízam no fundo como as Salvinia spp., as Nymphaea spp., além da vitória-régia regional Victoria cruziana.
Nas cordilheiras, onde as terras não são inundadas, tem a vegetação de cerrado, cerradão ou mata. Nos campos, áreas inundáveis que às vezes são confundidos como resultado do desmatamento, predominam as gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado. Estas gramíneas nativas são principalmente os capins-mimosos Paratheria, Setaria, Reimaria. O Capão é uma mancha de vegetação arbórea, de cerrado, cerradão ou mata que forma ilhas nos campos. Nestes capões encontramos a aroeira Astronium sp., figueiras Ficus sp., com seus esculturais troncos tortuosos, o angico-vermelho Piptadenia sp., e entre tantas outras plantas a piúva Tabebuia heptaphylla, denominação que é dada, localmente, a um ipê-roxo, que durante os meses de julho e agosto tinge a paisagem pantaneira com os mais variados matizes de rosa, lilás e roxo de suas flores. Entre elas, com flores amarelas, o cambará Voschysia sessilifolia.
 No Carandazal, área também inundável, tem o Carandá, uma palmeira do Chaco com folhas em forma de leque, parente da carnaúba do Nordeste e cuja madeira é utilizada para cercas e construções. Outra palmeira freqüente vista aí é o buriti Mauritia vinifera também com folhas flabeliformes. Nas salinas, lagoas de água salobra, encontramos grande quantidade de algas que dão cor verde a água. O vazante, que é um rio temporário, quando está no período de seca fica coberto de gramíneas, formando áreas de pastagem natural para o gado. Nas altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru, palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras.
Acompanhando, em ambas as margens, os numerosos cursos de água da região estão as florestas em galeria, também chamadas de matas ciliares. Nestas matas encontramos o jenipapo Genipa americana, figueiras Ficus spp., ingazeiros Inga spp., as embaúbas Cecropia, com suas folhas prateadas e que com freqüência vive em associação com formigueiros e o tucum Bactris glaucescens pequena palmeira, cujo fruto é muito usado como isca de pacu. São freqüentes a palmeira acuri Attalea phalerata, cujos frutos são apreciados pelas araras azuis e o pau-de-novato Triplaris formicosa, que no mês de outubro, enfeita as barrancas dos rios, com grandes cachos de flores rosas ou vermelhas. Essa árvore é assim chamada porque o novato na região, ignorando sua associação com formigas, tenta derrubá-la com o machado ou a escolhe para armar sua rede; os movimentos da planta provocam a queda de centenas de minúsculas formigas, cujas picadas queimam como fogo.
O estado geral da conservação da vegetação segundo estudos da Embrapa ainda é bom, com metade em estado natural. Mas existem áreas críticas que já necessitam de conservação ou recuperação como as pastagens cultivadas em terras declivosas, as matas ciliares de córregos e áreas mineradas. Um quarto da terra da região são pastagens cultivadas usadas na pecuária. A agricultura é praticada exclusivamente nos assentamentos com a produção de feijão, arroz, milho, mandioca, frutas e hortaliças. O solo utilizado muitas vezes não é ideal para lavoura, embora quimicamente fértil, porque é raso ou de argila que endurece com a aração.

Fonte: Apostila “Guia de Bordo – Pantanal” - IFMT-Cuiabá –  Curso Técnico de Guia de Turismo - 2011





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CLIMA DO PANTANAL


A diversidade climática do território brasileiro é muito grande, isso tem como causas a geografia, a extensão territorial, o relevo e as massas de ar. Este último é de grande importância, pois atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, provocando as diferenciações climáticas regionais. A região centro-oeste é bastante diversificada quanto à temperatura, em consequência do relevo, extensão longitudinal e circulação atmosférica. Já em relação à pluviosidade é mais homogênea.

O modo mais fácil de interpretar o clima é através de medias, anuais ou sazonais, de temperaturas e precipitações. A temperatura é um aspecto importante do clima e pode ser utilizada para classificar as zonas climáticas:


Tropical - media anuais e mensais acima de 20ºC
Subtropical - com a 4 a 11 meses acima dos 20ºC e uma media geral entre 10 e 20ºC
Temperado- Com 4 a 12 meses entre 10 e 20ºC e o resto mais fresco
Polar- Com 12 meses abaixo de 10ºC

      
 A baixada paraguaia, como também é chamada a planície do Pantanal, desempenha um importantíssimo papel na circulação geral da América do Sul, mercê de sua posição central no continente, com os rebordos do Planalto Brasileiro a leste e os da Cordilheira dos Andes a oeste, limitando um verdadeiro corredor onde, ora sopram os ventos da Amazônia, ora os ventos frios do sul.
O clima do Pantanal é o tropical, no verão é quente e fica em torno de 32 graus e no inverno é frio e seco, com média de 21 graus. Na estação fria pode ocorrer o conhecido fenômeno da "friagem" que consiste na queda brusca e rápida da temperatura durante alguns dias, principalmente no Sul do Pantanal, onde ocasionalmente podem ocorrer geadas.O índice pluviométrico anual está entre 1000 e 1400 mm, sendo de novembro a março os meses mais chuvosos (em torno de 68% do total pluviométrico anual)) e no período de junho a agosto o de maior estiagem ( apenas 7% do total pluviométrico anual). Durante a estação chuvosa, há uma concentração pluviométrica e os rios, devido à pequena declividade, extravasam o excesso. O solo, de terra arenosa e argilosa, pouco permeável à água, contribui para que a região permaneça quase que totalmente inundada, formando lençol contínuo de água que, a partir dos leitos dos rios, pode alcançar 25 km de extensão e até 4 metros de profundidade. Nas maiores cheias, como as registradas em 1905 e 1988, o rio Paraguai chegou a ficar em alguns de seus trechos mais espraiados, com até 60 quilômetros de largura. O clima da região pode ser dividido em quatro estações: seca (de junho a setembro), enchente (de outubro a dezembro), cheia (de janeiro a março) e vazante (abril e maio). Ver tabela da página seguinte. Os fatores que influenciam as condições climáticas são a latitude, altitude, topografia, distância do mar, correntes oceânicas, tipo de densidade de vegetação e condições do solo. Há evidências que as atividades humanas como a poluição atmosférica, a urbanização e a devastação das florestas estão causando modificações no clima do planeta e isso pode interferir no desenvolvimento da fauna e da flora.
A região do Pantanal tem um regime de chuvas tropicais com duas estações bem definidas: o período de seca que dura de 4 a 5 meses (entre maio e setembro) e o período de chuva nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Fonte: Apostila “Guia de Bordo – Pantanal” IFMT-Cuiabá –  Curso Técnico de Guia de Turismo - 2011

HIDROGRAFIA DO PANTANAL

Foto: SEDTUR-MT

 

Hidrografia é uma ciência que pesquisa e mapeia toda a água da superfície da Terra, mostrando a profundidade das águas, a velocidade e a direção das correntes.

Em decorrência de sua vastidão territorial e da condição de pluviosidade favorável nosso país tem a mais rica e extensa rede hidrográfica do planeta.
Hidrograficamente, todo o Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai. Com 1.400 Km de extensão em território brasileiro, esse rio e seus afluentes: São Lourenço (670 Km), Cuiabá (650 Km), ao norte; Miranda (490 Km), Taquari (480 Km), Coxim (280 Km), Aquidauana (565 Km), ao sul, assim como rios de menores extensões - Nabileque, Apa e Negro, formam a trama hidrográfica de todo complexo pantaneiro (são cerca de 175 rios que formam a bacia do rio Paraguai).  Nos 600 km do Rio Paraguai no seu curso no Pantanal, que vai de Cáceres ao norte até Porto Murtinho no sul, ele desce apenas 28 metros, ou seja, menos de 5 cm por quilômetro.
Mas esse sistema não é constituído apenas de rios. O Pantanal é uma imensa planície de áreas alagáveis. Ao contrário dos brejos, as águas do Pantanal estão em constante movimento, variando com as épocas (cheia e de seca). Quatro fatores influenciam na formação dos pântanos de água corrente: a geografia, o solo, o elevado número de rios (175) e as formações que o circundam. O Pantanal é uma região plana, com altitudes que não vão além dos 200 m acima do nível do mar. A declividade, quase nula, de 6 a 12 cm/km no sentido leste-oeste e de 1 a 2 cm/km no sentido norte-sul, favorece as inundações que propagam-se de norte para o sul e de leste para o oeste, ao longo do Rio Paraguai, único escoadouro do Pantanal. Circundado pelo Planalto Brasileiro (a leste) e, mais ao longe, pela Cordilheira dos Andes (a oeste), estas regiões acabam vertendo suas águas para o Pantanal nas épocas de cheia ou degelo.
 Este fenômeno geográfico acaba sendo responsável pela formação de um solo rico em argila, que impede a absorção da água. Esse complexo hidrográfico compreende ainda incontáveis "baías" - lagos - das mais variadas superfícies, interligadas ou não pelos corixos (perenes) e vazantes (periódicos) – que são na verdade pequenos rios.  Nas enchentes de rio ou de chuva ocorre uma extraordinária interligação entre rios, braços, baías. As águas, enfim, tornam-se uma só: o Mar de Xaraés, nome dado por uma expedição espanhola em homenagem à primeira tribo indígena ali referida.
Na vazante, enriquecida pelo húmus, a região transforma-se na maior e mais rica concentração de alimentos naturais que irá sustentar toda sua flora e fauna. É o período que verdejam as mais extensas e vigorosas pastagens do mundo.
Para decidir qual é a melhor época para conhecer o Pantanal, deve-se atentar para três fatores: estação do ano, ciclo das águas e temperatura.
O ciclo das águas do Pantanal é dividido em enchente, cheia, vazante e seca. Estas fases variam no Norte e no Sul da região pantaneira. Durante a enchente, os rios transbordam e inundam planícies e baías; os peixes acompanham o movimento das águas e, durante a cheia, penetram nos pântanos ricos em matéria vegetal e lodo nutritivo; é o período mais fácil de se observar mamíferos que se refugiam e se concentram nos elevados.
Na vazante os peixes retornam para os rios onde irão desovar; muitos não conseguem voltar, pois ficam presos nas baixadas e lagoas. Na estação seca os peixes presos constituem numa oferta abundante de alimentos para as aves, no seu ciclo de reprodução. Nesta época avistam-se milhares de aves e os ninhais.
De outubro a abril ocorre a estação chuvosa e de maio a setembro, a seca. Porém os meses de chuvas não são concomitantes no Norte e no Sul. Na parte Sul o período chuvoso se inicia em outubro, enquanto na parte Norte se inicia dois meses mais tarde.
Apesar de chover primeiro na parte Sul, esta é a última que se inunda. A região se alaga de forma irregular porque, como já foi dito, o terreno da bacia é mais inclinado no sentido Leste-Oeste que no sentido Norte-Sul. As águas chegam "rapidamente" a Oeste, ficando barradas pela Serra do Amolar, provocando inundações e demoram a escoar rumo ao Sul. Por este motivo, as águas que provocam enchentes no rio Cuiabá (Norte) demoram a chegar em Porto Murtinho (Sul).
No período de chuvas, o clima é mais quente e as precipitações ocorrem somente numa parte do dia. Nas secas, o dia também é quente e as noites mais agradáveis, com temperaturas mais baixas.
Fonte: Apostila “Guia de Bordo – Pantanal” IFMT-Cuiabá –  Curso Técnico de Guia de Turismo - 2011

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O PANTANAL

Foto: SEDTUR-MT
  
O Pantanal
O Pantanal é uma planície de inundação periódica reconhecida nacional e internacionalmente pela exuberância de sua biodiversidade como uma das áreas úmidas de maior importância do globo. Faz parte da bacia do Alto rio Paraguai e é formada pelo rio Paraguai mesmo e, no Brasil, pelos seus tributários, principalmente os da margem esquerda. Os índios locais denominavam o Pantanal como mar dos Xaraés, a figura de um imenso lago cheio de ilhas, possivelmente associando essa imagem às grandes enchentes.

A bacia do rio Paraguai (com 1.095.000Km²) integra a bacia do Prata (com 3.100.000Km²) distribuída entre Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai (ANA, 2004). Também conforme dados da ANA (2004), a bacia do Alto Paraguai (aproximadamente 500.000Km²) é compartilhada por Brasil, Bolívia e Paraguai, sendo que grande parte dela está no Brasil (362.376Km²). A bacia tem duas partes distintas em geomorfologia, em abrangência de bioma e em biodiversidade, mas que se inter-relacionam particularmente no que tange o fluxo hídrico:

A parte mais alta, de planaltos, com 214.802Km² no Brasil, representando 59,28% da bacia;
A parte baixa, a planície de inundação que é o Pantanal, com 147.574Km² no Brasil, representando 40,72% da bacia, localizada na parte oeste do país (centro da América do Sul) nos estados de Mato Grosso do Sul (com 52% do território da bacia: 188.435Km²) e Mato Grosso (com 48% do território da bacia: 173.940Km²). A figura 1 mostra a localização do pantanal e o planalto do entorno (ANA, 2004; Alho, 2005).


Tabela 1. Áreas de países sul-americanos e estados brasileiros que compartilham território com a bacia do Alto Paraguai (ANA, 2004).

REGIÃO
ÁREA (Km²)
Bacia hidrográfica do rio Paraguai (Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai)
1.095.000
Bacia do Alto Paraguai no Brasil, Bolívia e Paraguai
500.000
Bacia do Alto Paraguai no Brasil (Mato Grosso e Mato grosso do Sul)
362.376
Bacia do Alto Paraguai no Mato Grosso
173.940
Bacia do Alto Paraguai no Mato Grosso do Sul
188.435
Planalto no Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)
214.802
Pantanal no Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)
147.574
Pantanal do Mato Grosso (35%)
51.651
Pantanal no Mato Grosso do Sul (65%)
95.923

As terras altas (montanhas, morros, chapadas e depressões), com altitudes que vão de 200 a 1.000 metros, compreendem os planaltos. As terras baixas que compreendem a planície aluvial do Pantanal têm altitudes próximas ao nível do mar, variando de 80 a 150. É importante reconhecer essas duas regiões (planalto e planície) para entender o sistema natural, particularmente no que tange ao fluxo hídrico.

O reconhecimento da importância do Pantanal está no Artigo 225 da Constituição Brasileira, promulgada em 1998, que o considera como patrimônio natural. Recebeu ainda o crédito da UNESCO (Programa das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) como Reserva da Biosfera, desde o ano 2000. Abriga sítio Ramsar, conferido pela Convenção Internacional de Áreas Úmidas, desde 1993. Em julho de 2004, a 7ª Conferência Internacional da INTECOL (International Wetlands Conference = Conferência Internacional sobre Áreas Úmidas), mantida pelas mais expressivas associações científicas da área, e manifestando a preocupação de pesquisadores, gestores ambientais, governo de mais de 80 países, organizações ambientalistas e outros, reunida na Universidade de Utrecht, Holanda, deliberou, em sua resolução final, pela indicação do Pantanal como área úmida de relevante importância, para merecer atenção especial pela sua importância global.


Geomorfologia: planalto e planície inundável

Sedimentos foram acumulados na depressão geográfica que é o Pantanal desde o período Quaternário. O período Quaternário faz parte da era Cenozóica, compreendendo as épocas geológicas do Pleistoceno (os últimos 2,5 milhões de anos) e a época Holoceno (os últimos 10 mil anos). O Pantanal é uma bacia sedimentar, um mosaico de aluviões de origem do Pleistoceno. Essa depressão que é o Pantanal periodicamente inunda e está circundada por terras altas – planaltos – que são morros, chapadas e montanhas com rochas do Cretáceo (período geológico de cerca de 65 milhões de anos passados), Jurássico (136 milhões de anos de idade), Carbonífero (280 milhões de anos de idade), Devoniano (345 milhões de anos de idade), Pré-Cambriano (500 milhões de anos passados), além de rochas basálticas intrusivas.

O relevo da bacia do Alto Paraguai é marcado pelo contraste entre a planície baixa (50-150 metros do nível do mar) que é o Pantanal, circundada por terras altas (200 a 1.000 metros acima do nível do mar) que são elevações do planalto. Essas elevações nem sempre são montanhas ou chapadas. Próxima à Chapada dos Guimarães, por exemplo, está a depressão de Cuiabá, onde fica a cidade de Cuiabá (PCBAP, 1997; ANA, 2004).


Os limites da bacia do Alto Paraguai incluem áreas de litologia do Pré-Cambriano que suportam dois pacotes de material rochoso com cobertura do Cretáceo e Terciário (entre 2,5 a 65 milhões de anos de idade). Essas elevações são conhecidas como Complexo Xingu e Complexo do rio Apa, representando o Complexo Cristalino do Brasil, cujos substratos se elevaram em épocas geológicas diferentes. Já a planície pantaneira é formada por depósitos orgânicos. Assim, o relevo da bacia do Alto Paraguai pode ser classificado em três unidades:

A planície que é o Pantanal;
As elevações residuais adjacentes e as depressões;
As elevações maiores (morros, montanhas, chapadas).

Por exemplo, na região do Taquari, nove unidades de relevo foram identificadas usando sensoriamento remoto com aplicação de mapa de mapeamento geomorfológico (Florenzano, 1998). Essas unidades foram agrupadas em três categorias, de acordo com suas estruturas geomorfológicas:

Escarpas;
Mesas, colinas e relevos residuais; e
Planícies (com áreas de alta, média e baixa umidade).

Há estruturas morfológicas diferentes que formam as terras altas que, por sua vez, são responsáveis pelos tipos de solos e, em conseqüência, pelas diferentes coberturas vegetais, variando desde cerrado aberto a florestas e, mais recentemente, a alterações pela ação do homem: agricultura, pecuária, mineração, etc. Essas estruturas são representadas pelos seguintes formações do planalto (PCBAP, 1997):

Ao norte: Planalto dos Parecis, Chapada dos Guimarães, e outras conhecidas como Província Serrana ou Serra de Cuiabá;
A leste: Taquari-Itiquira, Caiapônia, Maracaju-Campo Grande, Bodoquena e São Domingos;
A oeste: Urucum-Amolar e outras elevações;
Ao sul: Rio Apa (PCBAP 1997).

As nascentes dos planaltos alimentam bacias diferentes, de acordo com a direção das elevações. As águas das elevações do extremo norte da bacia do Alto Paraguai (Parecis e Cuiabá) drenam para a bacia Amazônica do lado extremo norte, e para a bacia do Alto araguai no declive que vem para o sul; as elevações do leste (Bodoquena, Maracaju e São Jerônimo) drenam pelo declive do leste para o Araguaia e Paraná, e, pelo declive do oeste, para a bacia do Alto Paraguai.

O planalto do entorno do Pantanal, formado por montanhas, mesas, colinas, chapadas, depressões e outras formas de elevações são (PCBAP, 1997):


Ao norte, na direção oeste-leste:

Chapada dos Parecis, com solos de latossolos vermelho-escuros, cobertos por Cerrado (savana arbórea e savana florestada), com altitude de 700m e a maior parte de sua extensão fora da bacia do Alto Paraguai. É área de recarga de aqüífero. Presença da Reserva Indígena dos Parecis.

Planalto do Jauru, com solos podzol vermelho-amarelo e litólicos, cobertos por floresta estacional semidecidual submontana e Cerrado (savana arbórea). Localizado no extremo norte do Pantanal, alcança 700m de altitude. Ocupado por pecuária bovina (engorda e leite) e policultura de grãos.

Residuais do Aguapeí ou Serra de Santa Bárbara. Com solos podzol vermelho-amarelo e litólicos com cobertura de Cerrado (Savana arbórea e savana florestada) e floresta estacional semidecidual submontana. São montanhas Pré-cambrianas alcançando de 500 a 900m de altitude, com presença de penhascos. Presença de endemismo de flora e fauna.

Depressão do Jauru, Com solos podzol vermelho-amarelo e vermelho-escuro cobertos por floresta estacional semidecidual submontana e Cerrado (savana arbórea), com altitude de 150 a 200m. Ocupado por pecuária e agricultura de subsistência.

Planalto do Rio Branco, com solos litólicos, areias quartzosas, solos podzol vermelho-amarelo e terra roxa, com cobertura de Cerrado (savana florestada) e floresta estacional semidecidual submontana, platô com colinas, que conecta Parecis com os vales do Paraguai, Jauru e Rio Branco, com altitude média de 300m. Ocupado por mineração de ouro e pecuária bovina. É área de nascente, com espécies endêmicas.

Província Serrana, uma cadeia de montanhas extensa, com 400Km de comprimento e 40Km de largura, localizada acima da Depressão Cuiabana e se estende do sul-sudoeste para norte-noroeste. Solos litólicos e podzol vermelho-amarelo, cobertos por Cerrado para norte-noroeste. Solos litólicos e podzol vermelho-amarelo, cobertos por Cerrado (savana florestada e savana arbórea) e floresta estacional semidecidual. A Serra das Araras alcança 500 a 800m de altura e as depressões de 300 a 450m. Presença de mineração de calcário e indústria de cimento; atrativos para turismo.

Planalto de Tapirapuá e Tapirapuá-Tangará. Com solos podzol vermelho-amarelo, areias quatzosas, latossolos roxos e terras roxas cobertos por Cerrado (savana arbórea) e floresta estacional semidecidual submontana. Localizada perto de Parecis (450 a 500m) é cortado pelo rio Sepotuba. Garimpo de ouro e diamante e pecuária intensiva. Culturas de grãos. Atrativos turísticos na cachoeira e no “canyon” do Sepotuba.

Depressões Intermontanas e Depressão do Alto Paraguai, com solos de areias quartzosas, latosolos vermelho-amarelos e podzol vermelho-amarelo, floresta estacional semidecidual submontana e Cerrado, com altitude em torno de 200m, tocando a porção norte da Província Serrana. Presença da Reserva dos índios Barbados.

Depressão Cuiabana. Com solos concrecionários e podzol vermelho-amarelo, com cobertura de Cerrado (savana arbórea) e floresta estacional semidecidual. Começa na região de Poconé e Santo Antônio de Leverger, cruza a parte sul da cidade de Cuiabá, e prossegue para o norte até as nascentes dos rios Cuiabá e Manso. As altitudes variam de 150 a 450m, sendo mais elevadas ao norte. Essa região tem sido drasticamente erodida desde o período Cretáceo e tem uma superfície lisa. Pecuária extensiva, fruticultura, piscicultura, garimpo de ouro e de material para construção civil, com problemas de urbanização e poluição pela localização da cidade de Cuiabá/Várzea Grande.

Chapada dos Guimarães. É um platô de muita beleza cênica, parte da estrutura morfológica da bacia do Paraná. Os solos são latossolos vermelho-amarelos e vermelho-escuros argilosos, cobertos por Cerrado (savana florestada e arbórea), oriundos de processos erosivos recentes. A altitude atinge 850m, com enormes escarpas quase verticais. Ocupação por cultura de soja, milho, agricultura tecnologizada, cana-de-açúcar, pastagens cultivadas, avicultura, atividades agro-industriais ligadas ao leite, turismo e barragem no rio Manso, com reservatório para energia elétrica. Presença da Reserva dos Bororos.

Planalto do Casca. Com areais quartzosas, latossolos vermelho-amarelos, e solos concrecionais, cobertos por Cerrados (savana arbórea) e floresta estacional semidecidual. Similar à Chapada dos Guimarães, porém mais baixo (45 para 650m). Ocorrência de espécies endêmicas.

Arruda Mutum. Com solos podzol vermelho-amarelo e litólicos, cobertos por Cerrado (savana florestada), floresta estacional semidecidual. É um platô localizado perto da Depressão Cuiabana, a norte da cidade de Cuiabá e oeste da Chapada dos Guimarães. Altitudes variam de 400 a 500m, com a superfície bastante enrugada. Há atrativos de turismo.


A leste – na direção norte-sul:

Planalto dos Alcantilados. Com solos podzol vermelho-amarelo e litólicos e areias quartzosas, cobertos por Cerrado (savana florestada) e floresta estacional semidecidual. Presença de colinas e escarpas, com altura em torno de 500m. Pecuária, garimpo de diamante e turismo. Presença de Reserva de Bororos.

Depressão de Rondonópolis. Com altitudes variando de 300 a 500m, localizada perto da nascente do rio São Lourenço. Cultura de soja e outros grãos e pecuária intensiva de corte. Reserva dos Bororos.

Chapada do Rio Correntes. Com solos de latossolos vermelho-escuros, areias quartzosas e latossolos vermelho-amarelos, coberto por Cerrado (savana florestada) e floresta estacional semidecidual. Com 800m de altura de escarpas. Culturas de soja, milho, cana, plantação de seringueiras; pecuária; com usinas de açúcar e álcool e matadouros e frigoríficos, laticínios e cerâmicas.

Depressão do São Jerônimo-Aquidauana. Vai do norte para o sul, circundando o Pantanal. Pecuária e grãos, com altitude em torno de 250m. Presença da Reserva dos Bororos.

Planalto do Taquari.Com solos litólicos, podzol vermelho-amarelo e areias quartzosas, com cobertura de Cerrado (savana florestada) e floresta estacional semidecidual, com altitudes de 400-500m. Localizado no canto leste do Pantanal. Presença de pecuária e grãos.

Chapada das Emas. Com solos latossolos vermelho-escuros, glei pouco húmico e plintossolos e latossolos vermelho-amarelos plínticos, com cobertura de Cerrado (florestada) e floresta estacional semidecidual. Alcançando 800m, com escarpas, onde parte do alto rio Taquari está localizada. Soja, agricultura mecanizada e pecuária.

Chapada de São Gabriel-Coxim-Campo Grande. Com latossolos vermelho-escuros e areias quartzosas, cobertos por Cerrado (savana florestada) e floresta estacional semidecidual. Altitudes indo além de 700m. Soja, milho, agricultura mecanizada, suinocultura, avicultura. Área com urbanização.


Ao sul – na direção leste-oeste:

Planalto de Maracaju-Campo Grande. Com latossolo-roxo e vermelho-escuro, podzólicos vermelho-amarelos e areias quartzosas, com Cerrado (savana florestada) e floresta estacional semidecidual. Altitudes variando de 300 a 600m, com colinas e superfícies enrugadas. Pecuária, fruticultura, piscicultura e agroindústrias, Turismo. Pesca profissional.

Depressão do Miranda. Com solos podzol vermelho-amarelo e vermelho-escuro, plintossolos e glei cobertos por Cerrado (savana arborizada e florestada). Situada no lado leste do Planalto da Botoquena e ao oeste do complexo do rio Apa. É um vale aberto pelo rio Miranda. Mineração de calcário e argila, agroindústria, pecuária extensiva e turismo pesqueiro. Presença da Reserva dos Terenos.

Planalto da Bodoquena. Com solos podzol vermelho-escuro e bruzines avermelhados, cobertos por floresta estacional semidecidual submontana e Cerrado (savana florestada). É um conjunto de montanhas orientado no sentido norte-sul, com altitudes de 400 a 650m. Superfície intensamente enrugada com rochas calcárias e cavernas. Área de recarga de aqüífero, agricultura, mineração de calcário, turismo.

Planalto de Bonito. Terras altas situadas entre o |Planalto da Bodoquena e a Depressão do Miranda, com presença de rochas calcárias e cavernas, com altitude com cerca de 500m. Agricultura, pecuária extensiva, extrativismo de mármore calcário e turismo.

Residuais do Amonguijá-Depressão do Apa. Com solos litólicos cobertos por Cerrado (savana florestada e savana estépica arborizada). É um conjunto de pequenas colinas com altura máxima de 350m, circundado de depressões entre colinas. Pecuária extensiva, extração de mármore, calcário e granito.

A oeste – direção norte-sul:

Residuais do Amolar. Com solos litólicos e podzol vermelho-amarelo, com cobertura de Cerrado e floresta estacional semidecidual submontana. Montanhas situadas ao norte da cidade de Corumbá, estabelecendo o limite com a Bolívia e conferindo forma ao vale do rio Paraguai. Turismo. Presença de índios com pinturas rupestres e sítios arqueológicos.

Morro do Urucum. Com solos litólicos, podzol e glei pouco húmico, cobertos por floresta estacional semidecidual submontana e florestas de terras baixas. É montanha perto da cidade de Corumbá, com altitudes variando de 300 a 1.000 metros. Há colinas isoladas, localizadas em áreas baixas. Extração de calcário, ferro e manganês. Pesca profissional e turismo.

As sub-regiões do Pantanal

Por ser uma área muito grande, recebendo influência de biomas distintos vizinhos, notadamente do Cerrado que contorna a região pelo norte e leste, do contato do planalto com a Amazônia ao norte e do Chaco no sudoeste, tais influências conduzem a diferenças climáticas, com períodos de chuvas próprios no norte e no sul da região e conseqüentes diferenças das características dos rios e seus respectivos fluxos hídricos. Há ainda diferenças de tipos de solos, no grau e no período de inundação, na qualidade da água, e todas essas diferenças influenciam também a formação das paisagens locais que por sua vez, constituem diferentes sub-regiões ou tipos de pantanais. A delimitação entre planície e planalto não é clara na zona de contrato, já que há evidentemente uma transição entre os dois. Em algumas regiões, como em Cáceres e Corumbá, porções das elevações se adentram pelo Pantanal.

Há classificações de acordo com diferentes autores: Adámoli (1982); Franco e Pinheiro (1982);Alvarenga et al.(1984); PCBAP (1997); e IBGE (www.ibge.gov.br). Essas classificações se baseiam em elementos tais como: tipos de relevo, drenagem, tipos de solos, tipos de cobertura vegetal, dentre outros.

Silva e Abdon (1998) delimitaram o Pantanal, no Brasil, na escala 1:250.000, em 11 sub-regiões. O critério usado para a delimitação foi relacionado ao regime de enchente, ao relevo, ao tipo de solo e ao tipo de vegetação. Dois elementos foram considerados os mais importantes para a classificação das sub-regiões: padrão de enchente e tipo de relevo.

Algumas sub-regiões estão sujeitas a regimes de enchente mais severos, que podem durar até seis meses por ano. Esse é o caso da sub-região de Cáceres (9% do Pantanal). Nas sub-regiões de Paiaguás (19,6% do Pantanal) e Nhecolândia (19,5% do Pantanal), o período de enchentes dura de três a quatro meses, com a presença de “baías”, como são designados os pequenos lagos permanentes ou temporários que enchem as depressões do terreno. A sub-região do Paraguai tem período de inundação mais longo, podendo durar até seis meses, também com “baías”. Na sub-região de Poconé, a enchente dura três a cinco meses, enquanto na sub-região de Barão de Melgaço dura de três a quatro meses.

Por causa da importância para a conservação da biodiversidade do Pantanal, uma outra classificação chamada avaliação ecorregional foi desenvolvida, integrando o valor da biota com as características físicas particularmente hidrológicas entre a região de planalto e planície (TNC, 2003). Esse procedimento busca classificar os ecossistemas aquáticos do Pantanal, tomando como base as microbacias, para identificar e localizar os alvos de conservação (espécies, comunidades ecológicas e ecossistemas). Foram identificadas 41 áreas prioritárias para a conservação designadas pelas Ações Prioritárias para Conservação do Cerrado e Pantanal do Ministério do meio Ambiente.

Fonte: Projeto GEF Pantanal/Alto Paraguai (ANA/GEF/PNUMA/OEA) http://www.sescpantanal.com.br