PANTANAL

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ESTÂNCIA ECOLÓGICA SESC PANTANAL - POCONÉ/BARÃO DE MELGAÇO







O Brasil dispõe de um dos mais expressivos empreendimentos voltado à causa ambiental. Atuando em várias frentes de proteção da biodiversidade, incluindo a educação ambiental, o Projeto SESC Pantanal, mantido pelo Serviço Social do Comércio , está se convertendo em modelo de educação, de preservação da natureza, de pesquisa científica e de ecoturismo.
A Estância Ecológica SESC Pantanal está situada nos municípios mato-grossenses de Poconé e Barão de Melgaço. Singular em sua organização, atua com nativos, com a comunidade indígena, com pesquisadores, universidades, institutos de pesquisas e organizações não governamentais. A tônica é a sustentabilidade ambiental. O compromisso é com a melhoria da qualidade de vida dos que habitam ou trabalham no pantanal.
A pesquisa no Projeto SESC Pantanal amplia os conhecimentos técnico-científicos necessários a uma gestão ecológica sustentada. Para isto foram estabelecidas parcerias com universidades federais, com a Embrapa e com Organizações Não governamentais em diversos estudos e pesquisas avançados sobre a fauna, flora, recursos hídricos, solos, clima, turismo, organização social, meio ambiente e educação ambiental.
A presença do SESC na proteção da biodiversidade no Pantanal, um dos estuários mais ricos do planeta, está em sintonia com o chamamento feito aos empresários do Comércio e da Indústria por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a RIO – 92, no sentido de “reconhecer o manejo do meio ambiente como prioridade e fator determinante, essencial ao desenvolvimento sustentável. Desenvolver uma consciência ética e ambientalista na tomada de decisões em relação ao patrimônio natural...”.
O trabalho em execução na Estância introduz novos conceitos às tradicionais políticas de bem-estar social, fortalecendo a temática ambientalista com ações educativas, sociais e de lazer e, o mais promissor, com incentivos aos sistemas de negócios e de produção sustentáveis.
Integra-se, assim, o SESC aos demais segmentos da sociedade organizada, às políticas governamentais e privadas, em torno de um amplo projeto destinado a acelerar a formação de uma consciência pública ambientalista, combinando e promovendo idéias e iniciativas, umas simples outras arrojadas, mas todas com o teor de mudanças e de progressos.
A atividade sócio-ambiental da Estância alcança as comunidades rurais, ribeirinhas e urbanas, próximas ou dentro do Pantanal Norte. Sempre com total respeito às tradições e manifestações culturais e ao modo de vida dessas populações, vai se desenhando no Pantanal mato-grossense um empreendimento capaz de acumular, gerar e distribuir conhecimentos e experiências para as gerações futuras.
As construções e instalações da Estância Ecológica SESC Pantanal privilegiam soluções de baixo impacto ambiental ou ecologicamente corretas como: energia solar, telhado verde, coletores solares, aproveitamento de águas de chuva, (re)uso da água, estações de tratamento de esgoto, estações de tratamento de água, compostagem do lixo orgânico, madeiras de manejo florestal ou de florestamento legal, abafadores ou controle de ruídos, reciclagem do lixo, vala séptica.
A Estância é composta de cinco frentes operacionais com missões específicas, mas todas integradas visando o desenvolvimento sustentável, a preservação e a educação ambiental, a pesquisa científica e o ecoturismo social.
Uma das frentes é a reserva ecológica, a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do País – RPPN SESC Pantanal, com 106.000 ha. As Reservas Particulares do Patrimônio Natural são áreas de conservação da natureza em propriedades privadas. A existência de uma RPPN é um ato de vontade, o proprietário é que decide se quer fazer de sua propriedade, ou de parte dela uma RPPN, sem que isto acarrete perda do direito de propriedade. A RPPN é para sempre. Ela é gravada em caráter perpétuo. 
As vantagens de se transformar uma propriedade em RPPN:
O proprietário pode requerer ao INCRA isenção do imposto sobre propriedade rural – ITR;
Os projetos necessários à implantação e gestão das RPPNs, reconhecida pelo IBAMA, terão prioridade na análise de concessão de recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente;
A propriedade que possuir uma RPPN em seu perímetro terá preferência na análise de concessão de crédito agrícola, pelas instituições oficiais de crédito;
As RPPNs integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – o SNUC. Os proprietários de RPPNs podem requisitar o apoio federal para ações de fiscalização e de proteção ambiental.
A Reserva do SESC dispõe de um Plano de Manejo dinâmico que utiliza técnicas de planejamento ecológico para definir o desenvolvimento físico de cada uma das suas zonas garantindo a sua correta gestão ambiental. A maior parte da RPPN SESC Pantanal é caracterizada como ZONA PRIMITIVA, de  pequena ou quase nenhuma intervenção humana. As áreas que sofreram alteração pelo homem são poucas, cerca de 5% da área total. São pastagens artificiais implantadas pelas antigas fazendas já em plena recuperação natural, pela sucessão ecológica, que é vigorosa no Pantanal. São as ZONAS DE RECUPERAÇÃO.
A ZONA DE USO ESPECIAL é constituída de pequenas áreas destinadas à administração, manutenção e serviços da Reserva. Na Reserva do SESC são os locais denominados de Postos de Proteção Ambiental, onde estão instaladas as oficinas, casas dos Guardas Parques, de visitantes, pesquisadores e das brigadas.
Numa Reserva privada como a RPPN SESC Pantanal, os objetivos de conservação beneficiam a proteção da biodiversidade ecológica, promovendo a regulação ambiental, a preservação dos recursos genéticos, a manutenção local dos ciclos sazonais das águas, a proteção da beleza cênica, a promoção da educação ambiental e a recreação orientada em contato com a natureza. A ZONA DE USO INTENSIVO é a parte da Reserva que o SESC destina à recreação e a educação ambiental em harmonia com o meio. Localiza-se em ambientes de expressiva beleza cênica. É onde estão as trilhas para caminhada, observação e contemplação.
Para a sua missão, a Reserva do SESC busca todos os recursos possíveis, desde o mais primitivo, como o carro de boi até a internet. Há momentos em que o transporte de pessoas e materiais somente é possível pelo carro de boi.
Um notável e inteligente instrumento da Reserva Ecológica do SESC é o seu Centro de Interpretação Ambiental – CIA. Trata-se de um dos mais modernos centros multimídia de interpretação ambiental da América do Sul. Esta unidade induz as pessoas, de modo sutil e agradável, a se relacionarem e a compreenderem a importância de se concretizar a “convivência da árvore, do animal e do homem”.
Outra unidade da Estância Ecológica é um Centro de Ação Social. Localizado na cidade de Poconé, promove ações de cultura, saúde, educação e lazer, além de iniciativas voltadas ao fortalecimento da renda familiar e da utilização racional dos recursos naturais. Suas ações alcançam, além da população de Poconé, as currutelas, aldeias, comunidades ribeirinhas, chácaras, sítios e fazendas.
A diretriz central do trabalho destinado ao Centro de Ação Social é o fortalecimento da cidadania dos mais carentes através da execução de projetos que venham a contribuir para melhoria de sua qualidade de vida estabelecendo também uma relação mais interativa e saudável com o meio ambiente.
A Estância dispõe de um Hotel especial concebido por idealistas da causa ambiental, estimulados pelo desejo de realizar e demonstrar a viabilidade de empreendimentos ecologicamente corretos. Recebe majoritariamente os trabalhadores do setor terciário, mas atende também, a estudantes, pesquisadores e aos aficionados da natureza. Tem como missão constituir-se em um pólo de formação de profissionais no campo da hospitalidade e do turismo para a rede hoteleira da região. 
Um parque ecológico completa a estrutura da Estância. Nele os visitantes têm a oportunidade de vivenciar os costumes e as tradições pantaneiras; de conhecer as paisagens do Pantanal, a sua história, sua cultura e seus meios produtivos.    Serve ainda aos passeios ecoturísticos, constituindo-se também como base física para os experimentos, estudos e pesquisas de atividades sustentáveis em parceria com escolas agrícolas e universidades.

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